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13 de jun. de 2010

Ratinho ofende o público

Por sugestão do estilista Carlos Tufvesson fui conferir no YouTube o vídeo do “Programa do Ratinho” em que ele se referiu à Parada Gay que aconteceria em São Paulo dois dias depois. Por e-mail, o amigo-epistolar da coluna dizia que “como homossexual cidadão deste país me senti ofendido”.
Não é para menos. Ratinho começou berrando: “Vou falar para a viadada (sic)! Vamos parar de promiscuidade, nada de fazer cocô na Avenida Paulista, que é um marco de São Paulo. Vamos parar de fazer bagunça! Eu, se fosse prefeito, não deixava a Parada Gay ser lá! Por que o prefeito deixa? Porque tem medo da viadada”, concluiu. A sessão de descarrego ideológico continuou mais um pouco — e não merece uma linha adicional aqui — e se encerrou com a bandinha do programa tocando “Macho man”.
Não que Ratinho surpreenda. Ele entrevista criminosos como se fossem reis, expressa opiniões polêmicas (no mau sentido, porque ter opiniões polêmicas não é necessariamente demérito) e sua atração no SBT é um concentrado de baixo nível. Trata-se de um noticiário propositadamente voltado para o mau entendedor em que reportagens policiais e acontecimentos desimportantes se sucedem sempre explicadinhos e muito editorializados. A opinião do apresentador vem invariavelmente aos berros. Imagina-se que, se ele porventura ficasse afônico, sua bandinha se encarregaria de encher o palco — com todo o respeito com os músicos. É que o “Programa do Ratinho” precisa fazer barulho para manter acesa a agitação e não cair no vazio.
Tudo isso é ruim sempre. Mas o que houve neste dia não foi uma afronta para os homossexuais apenas. Foi uma agressão a qualquer cidadão de bem.

Patrícia Kogut
O Globo

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