Intitulada Crianças à venda - Vale do Jequitinhonha, a série é chocante ao mesmo tempo em que é uma denúncia às condições subumanas em que vivem, principalmente, meninas e meninos que ainda nem atingiram a adolescência.
O repórter Sérgio Utsch esteve na região com uma equipe de cinco pessoas, os quais colheram depoimentos da realidade nua e crua do local. Como, por
exemplo, o de uma garota que iniciou na prostituição infantil aos 15 anos, com o próprio pai como seu primeiro cliente. Ou de uma outra menina que entrou no meio a pedido de seu pai. Hoje, ela está tem AIDS e cobra cerca de 50 centavos por programa. Ainda, uma outra adolescente de 16 anos que foi obrigada a casar com um senhor de 56.Entretanto, nem tudo é lamento. Nas cidades mais vulneráveis, organizações não-governamentais como a Casa da Juventude, em Itaobim; a Juventude em Alerta, em Padre Paraíso; e a Associação das Mulheres do Jequitinhonha, em Itinga, trabalham para quebrar o ciclo explorador e dar um futuro muito mais otimista para as mulheres e crianças do vale, cujo povo tem um sotaque diferente. Como fica localizado próximo à Bahia, todos falam o "baianeiro" - metade baiano, metade mineiro.
Em Santana do Araçuaí nasceram as bonecas de barro, que possuem a mesma expressão triste das meninas do vale e que fazem sucesso em todo o Brasil e exterior.
O Rio Jequitinhonha, afluente do São Francisco, corta paisagens e relevos incríveis, repletos de montes e cachoeiras, um lugar que, por chover tão pouco, é sertão quase setenta por cento do ano.
O objetivo da série é levar ao telespectador um recorte atual e imparcial desse lugar tão especial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Cuidado com o que você comenta,seus argumentos pode prejudicar nossa equipe e você próprio.