A atriz Graziella Schmitt, que vive faz uma líder do movimento estudantil, e o ator Cláudio Lins, que é um capitão do Exército que discorda dos rumos da ditadura na novela "Amor e Revolução", do SBT, que estreia dia 5 de abril (23/3/11)
Num saguão apertado no terceiro andar do Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo, o SBT fez nesta quarta-feira o lançamento de sua novela “Amor e Revolução”, a primeira a ter como pano de fundo os anos de chumbo da ditadura militar.
Santiago recebeu um e-mail da mulher do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi (órgão de repressão à luta armada) de 1970 a 1974, criticando a proposta da novela. O autor convidou Ustra a depor, mas o coronel recusou, alegando ter medo de ter seu discurso alterado na edição. O próximo passo é oferecer a Ustra e outros ex-militares a possibilidade de ver e aprovar seus depoimentos editados antes de ir ao ar.
“O espaço do depoimento na novela não é só da esquerda, está aberto a todos os segmentos da sociedade. Quem se sentir prejudicado, pode nos procurar que terá o mesmo espaço para responder”, disse na coletiva o diretor Reynaldo Boury.“Amor e Revolução”, que estreia no dia 5 de abril, contará a história de amor entre Maria Paixão (Graziella Schmitt), uma líder do movimento estudantil, e José Guerra (Cláudio Lins), um capitão do Exército que discorda dos rumos da ditadura. O elenco reúne ex-estrelas da Globo como Lúcia Veríssimo, Isadora Ribeiro, Luciana Vendramini, Jayme Periard e Cláudio Cavalcanti.
A atriz Gabriela Alves posa com um boneco vestido de militar, no Centro Maria Antônia, durante lançamento da novela "Amor e Revolução", do SBT, que se passa nos anos de chumbo (23/3/11)
Filha mais velha de Silvio Santos, Daniela Beyruti, diretora artística do SBT, se mostrou desinformada. Não soube responder sobre os custos da novela e sobre os rumos da produção. Apenas se limitou a negar que as cenas de tortura que vazaram na internet tenham sido uma ação de marketing da própria emissora para divulgar a novela. “Eu não estava na emissora quando isso aconteceu. Há muitas fitas gravadas, às vezes acontece essa falta de controle. Investigamos, mas não descobrimos nada. É o mesmo que acontece com as fontes que falam com vocês jornalistas –é impossível achar essas pessoas”, afirmou.
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