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6 de dez. de 2009

Enem 2009: 1º dia de provas foi mais difícil e conteudista, dizem professores

Ana Okada
Em São Paulo

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 aplicado neste sábado (5) foi mais difícil que os anteriores e cobrou mais conteúdo. Em vez de questões em que era possível obter a resposta a partir do enunciado, a prova de hoje exigiu conhecimento das disciplinas, como um vestibular.

 

  • Veja a correção da prova amarela do Enem 2009
  • Confira o gabarito elaborado pelo Objetivo
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    Marcos Pinto/UOL

    Inscrito no Enem 2009 faz a prova no Rio de Janeiro neste sábado (5)

    Rayder de Assis e Bragon/UOL

    Cerca de 30 atrasados arrombaram portão de local de prova em Belo Horizonte

    Elza Fiúza/AgBr

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    "Não estava no mesmo nível da anterior; a de hoje cobrava mais conteúdo e tinha até pegadinha de física", diz o professor do curso Henfil, Mateus Prado.
    Ele salienta que, com o aumento da dificuldade, a média de nota nacional deverá cair: "O outro exame era mais interpretativo e, com isso, você aproximava os alunos da escola pública. Com essa prova conteudista [aplicada neste sábado], os alunos do ensino público são os mais prejudicados. Se a de amanhã for como a de hoje, a média nacional irá cair", afirma.
    Na opinião de Nicolau Marmo, do curso Anglo, o exame de hoje não vai nem avaliar o ensino médio nem selecionar corretamente alunos para faculdades. "Para avaliar o ensino médio o Enem teria que medir competências de compreensão de texto e raciocínio. No entanto, se o aluno não conhece o conteúdo, o exame não vai avaliar coisa alguma. Para selecionar para a universidade, tem que percorrer o programa e focar nos principais ítens, sendo abrangente, e essa prova não foi assim", explica.
    Veja comentários por disciplina:

    Química
    A parte de química teve nível de dificuldade de médio para difícil, segundo o professor Eurico Pellegrino, do Objetivo. Em química do meio ambiente, foram abordados efeito estufa, chuva ácida, poluição e lixo. Houve também perguntas sobre medicamentos e química do dia a dia, como sabões e protetor solar.
    "Eram questões de interpretação de raciocínio, com gráficos e tabelas; não havia a necessidade de decoreba, os dados eram fornecidos na própria questão. Mas estava um pouco mais difícil", explica.
    Biologia
    Biologia teve dificuldade média e cobrou conceitos clássicos, diz o professor Luiz Carlos Bellinello, do Objetivo. O que pesou para ele foram os textos, que estavam muito longos: "Não precisavam ser tão cansativos, assim eles 'matam' o aluno".
    Ele explica que, às vezes, o estudante tinha que ler enunciados longos para, ao final, ter que optar por uma resposta "banal". "Eles tem que repensar essa prova, deixá-la mais acessível, mais razoável. Agora, imagine que amanhã tem português e matemática, como fica esse estudante?", questiona.
    Física
    A prova de física foi trabalhosa, com cálculos mais complicados, diz o professor Ricardo Balbino, do Objetivo. Ele diz que o estudante tinha que saber os conceitos de física: "Decoreba foi necessário", afirma.
    Balbino elogia a atualidade das questões, que abordaram, por exemplo, os sistemas heliocêntricos e geocêntricos, o telescópio Hubble, a eficiência de usinas hidrelétricas e termelétricas, o uso de telefone celular, as fraudes em postos de gasolina, além de física médica e astronomia.
    Em física, Mateus Prado, do Henfil, diz que havia a necessidade de saber algumas fórmulas que não estavam no enunciado. "Não era esperado que cobrariam fórmula, afinal, a ideia era que fosse diferente de vestibulares", explica. Ele diz que, para um aluno comum, o Enem foi muito mais difícil, "mais difícil até que últimas provas da Fuvest".
    História e geografia
    História exigiu mais conhecimento de conteúdo e geografia foi mais fácil, mais contextualizada. Essa é a avaliação da professora Vera Lúcia da Costa Antunes, do Objetivo.
    Ela explica que as questões deste exame não tiveram a interdisciplinaridade, que ocorria nos anteriores: "A maioria das perguntas de história e geografia estavam separadas". Na primeira, Vera diz que era preciso mais conhecimento da disciplina, já em geografia, era possível eliminar as alternativas erradas.
    O professor Elias Feitosa, do Cursinho da Poli, observou duas imprecisões em questões de história. A primeira seria na pergunta 65 da prova amarela. "A alternativa que marcamos como a mais adequada é a 'A'. As demais não servem. Na 'A', há um problema, pois era a elite que temia que a revolta se espalhasse e não os escravos.
    A outra imprecisão apontada se deu na questão 46, sobre o Egito. Segundo Feitosa, a alternativa correta seria a "A", mas o Egito não tinha só escravos executando grandes obras, havia também mão-de-obra não servil.

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