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9 de set. de 2018

10 frases que ajudam a contar os 20 anos de Ratinho no SBT


Por volta das 20h25 do dia 8 de setembro de 1998, entrava no ar um programa de um apresentador que, até então, era visto como polêmico ao mesmo tempo que era respeitado por ser um fenômeno de audiência. Era Ratinho.
No entanto, 20 anos depois, Ratinho teve muitos altos e baixos no SBT. Literalmente, uma grande montanha russa de emoções. Quando chegou, Ratinho tinha os dois pés no sensacionalismo e virou sinônimo de baixaria no Brasil.
Agora, em 2018 e nos últimos anos, o entretenimento e o bom humor estão sendo a tônica. Ratinho mudou seguindo o conselho de um de seus gurus, o antigo diretor Valentino Guzzo. E, claro, para trazer mais anunciantes, coisa que a fase punk e rica em anarquia não tinha.
Para passar pelos momentos mais importantes do “Programa do Ratinho” em sua história, o site Observatório da Televisão pesquisou e decidiu colher as dez mais importantes frases do roedor nestes últimos 20 anos. Como ele mesmo diz, “é coisa de louco”.

1 – “Se o Silvio Santos ou qualquer outra televisão não me der liberdade, eu saio. Eu não fico onde não tenho liberdade!”: Ratinho no dia 27 de agosto de 1998, em coletiva de imprensa após assinar com o SBT

Após o Mundial de 1998, Ratinho começou a ter problemas com a Record, que cerceou a liberdade do seu “Ratinho Livre”, até então um fenômeno de audiência. A direção, através de Honorilton Gonçalves, bispo manda-chuva da época, implicou até com a ida de José Serra, então ministro da saúde, ao programa.
Com isso, revoltado e precisando de um motivo, Ratinho deu fim à negociação que ocorria faziam algum tempo. Fechou contrato com Silvio Santos por R$ 800 mil mensais e participação em dois merchandising. Com o acordo, ele ganhava mais de 1 milhão de reais por mês.
De princípio, Ratinho estrearia no dia 14 de setembro. No entanto, seu primeiro programa foi antecipado em uma semana. O motivo? Seu substituto, o “Leão Livre”, apresentado por Gilberto Barros na Record, manteve o mundo-cão e o Ibope do roedor, chegando à liderança.
Todavia, dia 8, uma terça-feira, Ratinho entrou no ar. O Ibope foi um estouro: 26 pontos de média com picos de 32. No dia seguinte, 9 de setembro, uma quarta, mais Ibope ainda: picos de 38 pontos com uma reportagem ao vivo na cracolândia (ilustrada no vídeo que você pode ver acima)

2 – “Dos 1.500 casos que já apresentei em meu programa, uns 150 devem ter sido falsos, o que significa que ainda tenho 90% de credibilidade”: Ratinho no dia 28 de outubro de 1998 para a revista Veja, após ser acusado de armar casos que apresentava

Ratinho era um alvo fácil da imprensa no seu início meteórico de carreira. No dia 18 de outubro de 1998, o jornal Folha de São Paulo, em matéria assinada por Daniel Castro, mostrou uma extensa lista de casos armados por uma produtora free-lancer.
Alguns deles, conforme a matéria, foram apresentadas justamente no programa de estreia. O caso ganhou uma repercussão tão grande que acabou virando pauta no “Jornal Nacional”, da Globo, em VT de mais de 2 minutos de duração.
Todavia, o fato é que Ratinho começou a ter a sua liberdade mais cerceada pela Justiça. Ainda naquele ano, o Ministério Público o proibiu de levar doentes e exibir cenas de violência. Além disso, uma pesquisa mostrava que ele tinha um público infantil grande. Ratinho decide, então, deixar a atração um pouco mais leve, mas sempre tendo denúncias no tempero.
Vale lembrar que, no quesito denúncia, até hoje é lembrado do caso do casal que afirmava serem os verdadeiros pais da apresentadora Angélica, algo que ficou provado que não era verdade depois do programa entrar na história.

3 – “Faço uma campanha e arrecado! O Brasil inteiro quer esse menino vivo!”: Ratinho em seu programa do dia 12 de março de 1999, onde sugeriu criar um 0900 para arrecadar o dinheiro que tiraria Wellington Camargo do sequestro que sofria

Vale lembrar que, em termos de choque, Ratinho fez algumas outras coisas graves – uma delas veremos mais para frente. Mas, segundo o próprio, o maior arrependimento da carreira foi essa sugestão que ele deu.
Na ocasião, Wellington Camargo, irmão da dupla Zezé di Camargo & Luciano, foi sequestrado e já estava em cativeiro há quase três meses. Os sequestradores pediam US$ 3 milhões, mas negociações com a Polícia e os familiares fizeram os ladrões aceitarem US$ 300 mil.
Porém, com Ratinho urrando e dizendo que poderia arrecadar o dinheiro, os sequestradores mudaram de ideia. Na madrugada do dia 13, cortaram parte da orelha de Wellington e colocaram num envelope, junto com dois bilhetes, para a TV Serra Dourada, afiliada do SBT em Goiânia. Um era para Ratinho e outro para Zezé di Camargo.
A partir dali, Ratinho viu que foi longe demais. Até hoje, ele cita o caso como o maior arrependimento da carreira. Magoados com o caso, Zezé e Luciano só foram pisar no “Programa do Ratinho” em 2014, num programa especial para selar a paz entre ambos.
Ratinho com Zezé di Camargo e Luciano em 2014 (Reprodução/SBT)
Ratinho com Zezé di Camargo e Luciano em 2014 (Reprodução/SBT)

4 – “Para! Para que o resto o povo do Brasil não vai aguentar ver!”: Ratinho em seu programa no dia 23 de outubro de 2000, após mostrar cenas do traficante Marcelo Borelli torturando uma criança 

No dia 23 de outubro de 2000, Ratinho chocou mais do que jamais tinha feito até entao. Por mais de um minuto, mostrou cenas do traficante Marcelo Borelli, preso por tráfico de armas, torturando uma criança de 3 anos de idade, que era filha de um rival seu.
Naquela noite, ele exibiu as cenas e no dia seguinte uma matéria explicando o caso. Além disso, VTs com presos vendo a tortura foram mostradas. Foi o suficiente para a Justiça cair em cima. O caso foi repudiado até pelo ministro da Justiça da época, José Gregori, que mandou o Ministério Público investigar o caso.
Depois do fato, a Classificação Indicativa como conhecemos foi criada e colocada em prática. O controle da Justiça à TV aberta só cresceu. Ratinho, claramente, fez parte disso graças a uma das cenas mais chocantes já exibidas na TV brasileira.

5 – “Antes não era programa, agora é programa! Obrigado, César Tralli!”: Ratinho em seu programa do dia 21 de março de 2002, após o “JN” repercutir um furo de reportagem do seu programa 

A relação de Ratinho com a Globo sempre foi de “Davi e Golias”. Ainda na época da Record, ele inventou a “Dança do Primeiro Lugar”, algo que fazia toda vez que chegava à liderança de Ibope em SP.
Vale lembrar que, sempre que podia, o canal criticava o estilo de Ratinho. Em 1998, quando atingiu picos de 36 pontos contra 12 da Globo, no dia 5 de março daquele ano, um diretor da Globo disse para a revista Veja que sua atração era “completamente estranha”.
No entanto, a coisa mudou em 2002. No dia 20 de março daquele ano, um furo caiu no colo de Ratinho. 35 fitas achadas em uma caçamba mostravam o pediatra Eugenio Chipkevitch abusando de diversas crianças e adolescentes. A notícia foi repercutida pelo “Jornal Nacional” no dia seguinte.
“O médico foi reconhecido em imagens exibidas em um programa de televisão”, disse César Tralli, que fechou o VT sobre o caso. Ratinho, em tom de deboche, agradeceu a Tralli. Afinal, agora, Ratinho era um programa para a Globo. Não uma baixaria.
Ratinho falando sobre repercussão de furo de seu programa no JN em 2002 (Reprodução/SBT)
Ratinho falando sobre repercussão de furo de seu programa no JN em 2002 (Reprodução/SBT)

6 – “Estamos mudando tudo para trazer um melhor programa para você”: Ratinho em seu programa de 17 de outubro de 2004 após mudar novamente de horário 

Depois de 2003, Ratinho teve muitas dificuldades. Não conseguia passar de 10 pontos em 2004, mas ao mesmo tempo, estava propenso a mudar o perfil. Ficou mais leve, colocou uma gravata e dispensou todo o seu time de humor.
Ainda por cima, passeou pelos mais diversos horários. Até a faixa das 16h30 ele teve de encarar pra ver se dava certo. Depois, virou semanal, sendo exibido apenas aos sábados. Também não deu certo. Em 2006, depois de inúmeras tentativas, o programa acabou entrando em hiato, só voltando em maio de 2009.
Nesse meio tempo, Ratinho apresentou outros programas. O mais lembrado – e o que fez por menos tempo – foi o “Você é o Jurado”, na popular arrancada da vitória de 2007 do SBT. Além disso, houve o “Jornal da Massa”, formato popularesco que era uma tentativa de revisitar do “190 Urgente”, da CNT.

7 – “Eu quero defender o seus interesses!”: Ratinho na chamada da volta de seu programa no SBT, em maio de 2009 

Depois de chegar a ficar sem contrato, Ratinho assinou novamente com o SBT em formato de sociedade para ter um programa no fim da tarde. No início, o tom era jornalístico e devia lembrar o clássico “190 Urgente”, da CNT. Mas com o tempo, isso foi mudando.
Neste horário, Ratinho solidificou de vez o jeito “tio zé graça” e que usava e abusava do assistencialismo, com o quadro “Cortina Premiada”, que ocupava a atração por todo o tempo do programa em muitos dias.
Nesta época, ele voltou a realizar o clássico “Teste de DNA”, mas de forma bem mais comportada. No entanto, desde período, o que ficou marcado vai ser o que falaremos abaixo.

8 – “Se eu fosse a Glória Perez, eu também não perdoaria você”: Ratinho em seu programa do dia 8 de abril de 2010, após entrevistar Guilherme de Pádua 

No início de abril de 2010, Ratinho anunciou que entrevistaria com exclusividade Guilherme de Pádua, o assassino da atriz Daniella Perez, em 1992. Na ocasião, vários artistas e boa parte do público reagiram contra a entrevista.
Contudo, Ratinho reagiu. Colocou o ex-presidiário no ar. Mas a entrevista foi pior do que se imaginava. Guilherme enrolou e não disse nada. “Você me rolou durante uma hora e não me disse nada”, disse o apresentador. Ao fim, Ratinho ainda disse que não perdoaria Guilherme se fosse a autora Glória Perez, mãe de Daniella.
Por fim, Ratinho já afirmou que se arrepende do fato. Mais que isso: se pudesse, voltaria no tempo e não colocaria ele no ar.

9 – “Liga lá na Globo para ver que horas termina a novela, porque nós não temos mais assuntos para colocar no ar”: Ratinho no dia 15 de dezembro de 2010, pedindo para que sua produção ligasse para a concorrente 

No fim de 2010, Ratinho voltou para o horário nobre do SBT. Na faixa das 21h15, onde se consagrou por anos, Ratinho podia ousar mais. No primeiro dia, um teste de DNA quente, com palavrões exacerbados.
Mas o que iria viralizar aconteceu poucos dias depois. Sem assunto, ele ligou para a Globo e perguntou que horas acabava a novela “Passione”, na época em reta final no horário nobre. “A gente espera todo dia vocês terminarem a novela para colocar as coisas no ar, mas vocês não terminam nunca”, disse ele.
Depois dali, Ratinho percebeu que o bom humor valia mais que baixaria. Foi a grande virada para, no horário nobre, voltar a ser o fenômeno que é hoje.

10 – “Sensacionalismo não traz anunciante”: Ratinho em entrevista para o programa “Poder em Foco”, do SBT, exibido em 9 de setembro de 2018

Completando 20 anos no ar, o apresentador tem um conteúdo mais bonzinho e família. Hoje, é campeão de anúncios no SBT e uma das figuras que mais faturam na televisão.
Atualmente, ele é sócio do SBT com o programa, repartindo lucros e gastos. Esse modelo é extremamente satisfatório, porque ele tem total controle do que vai pro ar e do faturamento que consegue.
Em 2018, por exemplo, ele já está totalmente vendido. Quem quiser anunciar com ele, vai ter que esperar em 2019. Afinal, agora, ele tem mais café no bule do que nunca.
Débora Bergamasco e Ratinho no Poder em Foco
Débora Bergamasco e Ratinho no Poder em Foco (Divulgação/ SBT)
Fonte: Observatório da TV

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