Entrevista: Felipinho conta como começou a fazer doações para o Teleton. - SBT World

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9 de nov. de 2012

Entrevista: Felipinho conta como começou a fazer doações para o Teleton.




Felipe Ventura tinha apenas 8 anos, em 1999, quando viu pela TV oSilvio Santos e a Hebe pedindo para as pessoas doarem para oTeleton porque senão a meta não seria atingida. Ele pegou o cofre que tinha em casa, contou as moedas e levou R$ 75,00 até o estúdio onde acontecia a maratona.

Treze anos se passaram, e Felipe Ventura, mais conhecido como Felipinho, aos 21 anos, continua levando sua contribuição até o palco do Teleton. Os R$ 75.00 se transformaram em uma grande corrente na qual diversas pessoas se inspiram para ajudar ainda mais as crianças da AACD.

Mas como em uma destas surpresas que a vida nos dá, quando estava com dez anos, Felipe passou por um momento muito difícil. Ele levou um tombo e ficou paraplégico por cinco meses: "Acredito que por eu ajudar tantas pessoas recebi uma ajuda lá de cima. Um dia, sem explicação, eu levantei e pronto, nunca mais tive nada", conta.

Felipe não precisou esperar a vida mostrar que estas coisas podem acontecer com qualquer um. Ele já estava engajado a ajudar as crianças da AACD e depois disso continuou fazendo a sua parte. A cada ano, o público já espera a entrada de Felipinho no palco com suas moedas e torce para que ele tenha conseguido mobilizar ainda mais pessoas com sua corrente.

Em entrevista ao site do Teleton, Felipe conta como aquele sentimento de querer ajudar mudou a sua vida. Confira:

Como surgiu a ideia de arrecadar as doações? 
Eu tinha 8 anos e estava em casa assistindo ao Teleton de 1999. O Silvio e a Hebe pediam para as pessoas doarem porque senão a meta não seria alcançada. Meus pais já tinham doado algumas vezes, mas eu senti que precisava doar algo que fosse realmente meu. Foi aí que contei o cofre que eu tinha em casa, deu R$ 75,00, e pensei esta será a minha doação. Quando cheguei na TV Cultura, por destino, ou foi Deus, acabei no palco. A Hebe carinhosamente viu aquele menininho com o cofrinho nas mãos e me colocou no palco. Fico emocionado de lembrar, até hoje as pessoas me chamam assim, "Felipinho", sem dúvida nenhuma a partir deste momento minha vida mudou. Depois de depositar o meu cofre, o Sivio fez ainda um desafio: "No ano que vem espero você aqui com dois cofrinhos". No dia seguinte coloquei um cofre na loja dos meus pais. Depois, a campanha passou também para outros parentes. Falecido em 2006, meu avô Wilson foi meu grande incentivador, além de meu ídolo. Quando ele comprava alguma coisa, todo mundo dava troco em moedas para ele colocar no cofrinho. Ele faleceu, mas minha avó assumiu o posto, tenho certeza de que ele está lá em cima nos ajudando a atingir a nossa meta.

Como era a mobilização na escola? 
Inspirada na minha atitude não só a minha vida, como a história da AACD, tomou um novo rumo. Eles organizaram uma campanha de arrecadação nas escolas, a Corrente do Bem, incentivando outras crianças a doarem suas moedas como eu fiz aos oito anos. Eles me convidaram para ser o líder da ação, aceitei com o maior orgulho. Visito escolas em São Paulo, onde faço palestras sobre responsabilidade social para crianças e jovens com o objetivo de conscientizar valores como solidariedade, amor ao próximo, inclusão social, e ressalto a importância de todos participarem.

Desde quando você começa a organizar a doação? 
Não tenho uma meta de arrecadação, mas sempre é bom levar um pouco mais do que no ano anterior, afinal, novos hospitais são construídos, e é o que espero repetir todos os anos. Conheço várias unidades da AACD e tenho orgulho de ajudar uma instituição tão séria. No ano passado, além da Corrente do Bem, consegui juntar com meus pais, avós, tios e amigos mais de R$ 21 mil. Assim que eu conto as moedas, descubro o valor e fecho as malas, a primeira moeda que aparecer já vai para o novo cofre. Cada vez sinto o quanto um exemplo move o coração de outras pessoas. Tenho um tio no Piaui, Marcelo, que juntou o ano todo moedas e trouxe no avião um peso imenso estes dias só para me ajudar a bater a minha meta. Outra doação que me surpreendeu foi a de um motorista brasileiro, o Assioney, que mora em Nova York, e começou a chorar quando soube da minha história no Teleton.
 
Como é fazer parte do Teleton? 
É um orgulho imenso poder fazer parte do Teleton. No começo, eu nunca sabia se realmente ia entrar no palco, pois só firmava um trato com o Sílvio ao vivo de levar um cofre a mais para o ano seguinte, mas depois de alguns anos, meu nome começou a entrar no roteiro do programa, o que me deixa muito feliz! Acho que faltam exemplos para essa juventude. Eu sou um jovem normal, que faz todas as coisas que os jovens fazem, mas isso em nenhum momento me impediu de querer ajudar o próximo e abrir mão de algo realmente meu.

Como é ficar ao lado de Silvio Santos?
Eu me sinto privilegiado. Várias pessoas chegam e dizem que dariam tudo para ver o Silvio de perto. A Hebe era outra pessoa querida, amorosa, todos sonhavam em chegar perto dela. Nem sei como vou entrar este ano no Teleton, durante meus 14 anos ela estava lá para me receber com sua alegria e emoção. Tudo veio através dela. Foi porque escutei o pedido da Hebe que incomodei meus pais até conseguir ir ao estúdio. Foi ela que teve a sensibilidade de ouvir a produção e colocar-me no palco, ao lado dela e do Silvio Santos. E incentivou-me muitas vezes, em encontros que tivemos ao longo dos anos, para prosseguir em minha luta e projeto, estará eternamente no meu coração, na história da minha vida. 


Quais surpresas você preparou para este ano?
Agora a quantidade de moedas é tão grande, que nenhuma mala aguenta o peso, as rodas quebram!! Contamos as moedas um dia antes do Teleton, chamo uma galera, vem a família, amigos da faculdade, os amigos dos meus pais, é uma festa, contamos mais de 38 mil moedas. Desde o ano passado a produção do SBT caprichou e construiu uma caixa de acrílico incrível para entrar comigo no palco! Ainda não contei as moedas, mas se Deus quiser vamos atingir e passar a meta do ano passado.

Qual a maior motivação para fazer essa arrecadação?
Tive a oportunidade de conhecer e inaugurar algumas unidades da AACD, e quando eu entro nelas, sinto uma emoção enorme de saber que um pedaço daquilo é meu, que alguns atendimentos serão feitos graças à minha doação. Esse ano eu fui convidado pela AACD a ser voluntário oficial, e quando vou à unidade do Ibirapuera e vejo o sorriso nas crianças, apesar da enorme dificuldade que passam, sempre acho que o que estou fazendo é pouco e isso me motiva a fazer mais. Aos 10 anos, levei um tombo e não consegui mais andar. Fiquei paraplégico cinco meses em cadeira de rodas, infelizmente na época eu não sabia que a AACD podia me tratar pelo plano de saúde, mas graças a Deus, acredito que por eu ajudar tantas pessoas recebi uma ajuda lá de cima, um dia sem explicação eu levantei e pronto, nunca mais tive nada. Isso aconteceu uns dois anos depois que comecei a ajudar a AACD. Nunca achei que seria para sempre, mas, ainda assim, foi uma época muito dura e sofrida para meus pais. A gente percebe os outros nos olhando com pena Quando se vive uma coisa assim, do nada, percebe-se que pode acontecer com qualquer um. Na AACD vi muitos casos tristes causados por bala perdida, acidentes de carro e até pranchas de surfe. É, portanto, mais uma razão para a gente ajudar.

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