Ratinho, o apresentador de 55 anos, é um palhaço. Ainda que sem sapatos gigantes, roupas coloridas e nariz vermelho. Mas o dom para fazer rir tem se revelado bem similar no circo que ele armou no horário nobre do SBT. O novo “Programa do Ratinho”, que estreou em novembro de 2010, fica entre um humorístico, um show de variedades sem sentido e um talk show popular. Em nada lembra o “Ratinho Livre”, na Record, o programa policial de estilo sensacionalista que tornou o apresentador e seu cassetete um fenômeno nacional, em 1997.
E foi assim, roendo pelas beiradas com sua comédia pastelão, que Carlos Massa voltou em 2011 a disputar a vice-liderança, variando entre 5 e 11 pontos de audiência.
Não à toa ele vive agora em estado de graça. Em 2006, seu programa deixou o horário nobre e desde então mudou de nome e vagou pela grade algumas vezes, chegando inclusive a ficar fora dela. Até que Ratinho voltou a entrar em sintonia com o seu público.
“É mais fácil e mais gostoso fazer rir do que fazer chorar. O público não quer mais ver tragédia. Isso tem o dia inteiro na televisão”, diz. Esta constatação ele tirou observando os folhetins da concorrência. “É só ver as novelas da Globo. O núcleo que mais dá audiência é o de humor”, afirma.
Nascia então o novo formato do seu programa. “Isso aqui é um circo. É um arroz com feijão bem temperado, com custo e audiência razoáveis.” Neste circo sem lona, há quadros como o “Vem Quem Quer” em que as pessoas se inscrevem para qualquer coisa. No dia em que o DIÁRIO acompanhou a gravação do programa, um homem tentava vender um Fiat 147, de 1986, e uma dupla de gagos queria fazer um show de humor. Quando o público não gosta, o candidato é tirado do palco pela gigante mão de um gorila. Outro quadro é o “Saindo do Armário”, para quem quer se revelar gay. Já o lendário “Teste de DNA” agora só vai ao ar gravado, para evitar baixaria.
O boneco Xaropinho, interpretado pelo humorista Edu Mascarenhas há 14 anos, não é mais o único companheiro de Ratinho. O apresentador interage com os humoristas Marquito e Faxinildo. Tem ao lado as assistentes de palco Valentina e Rhenata Tolksdorf. Lucimara Parisi, ex-diretora do Faustão, dirige e apresenta um quadro. Mas quem rouba a cena é Milene Uehara, a moça de jeito caipira que virou hit com o bordão “Pavorô”.
No seu talk show, Ratinho já entrevistou a atriz Gabriela Rivero (que interpretou a professora Helena, de “Carrossel”); Danilo Gentili, da Band; e atores de “Chaves”. Será que neste novo programa cabe tudo? “O cassetete quase não tem mais espaço em cena”, diz.
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