No Conexão Repórter desta quarta-feira, 21 de dezembro, Roberto Cabrini traz os bastidores do julgamento histórico dos padres acusados de pedofilia em Arapiraca.
A investigação do programa, que repercutiu nos principais veículos de comunicação do mundo e foi vencedora do Prêmio Esso, chega a um resultado. Uma condenação inédita de padres julgados por seus abusos, redenção às vítimas e uma cidade justiçada. Setores da igreja católica confrontados com os crimes e os pecados da pedofilia.
Relembre o caso
A investigação começa em março de 2010, quando o programa teve acesso a um vídeo, entregue por um morador de uma cidade de Alagoas. Cenas que revelam uma face obscura da fé. No fundo, o altar de uma casa construída com o dinheiro dos fiéis. Na cama, um padre. O sacerdote em ato sexual com um jovem. Ao final, o padre se assusta ao perceber que tudo estava sendo registrado.
Arapiraca, duzentos mil habitantes, a segunda maior cidade do estado de Alagoas. Como em tantos lugares do interior do país, a igreja exerce colossal influência na vida da comunidade. O padre trata-se de um dos religiosos mais conhecidos na região.
A suposta vítima é um ex-coroinha que aparece no vídeo mantendo relações sexuais com um Monsenhor de Arapiraca. Hoje ele diz que tem consciência do mal que o assombrou durante oito anos. Mas a fé, até então inabalável, foi sendo pouco a pouco substituída por outro sentimento. Revolta.
O programa localizou também também quem filmou as imagens. Trata-se de outro ex-coroinha que também disse ter sido vítima do padre, com doze anos. Hoje, com vinte e um anos, ele diz que resolveu dar um basta. O ex-coroinha aproveitou que o portão da casa estava entreaberto e com uma câmera na mão registrou a tarde de orgia e luxúria do padre. As imagens sugerem uma relação consentida, mas o ex-coroinha conta que os abusos começaram quando ele era apenas um menino.
Foi a primeira vez na história da Igreja Católica brasileira em que o Vaticano reconheceu um caso de abuso sexual contra menores.
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