World Pop: Conferimos a pré-estréia de 'A Rede Social' e contamos tudo pra você

Texto: Adson
Colaboração: Andréia Levinsk

Como prometido, fui à pré-estréia exclusiva do filme 'A Rede Social' (The Social Network) que aconteceu na última quarta, 02/12, na sala Vip do Cinemark no Shopping Cidade Jardim. Contarei aqui, tudo – ou quase tudo – sobre este filme que conta a história de criação da maior rede social da internet: o Facebook. O destaque do filme não fica por conta de Justin Timberlake, que aqui entra como ator coadjuvante, mas sim com a direção de David Fincher.

Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg)

“Você não é um babaca, Mark. Só está tentando se tornar um.” Com uma frase, a advogada que acompanha um dos processos contra Mark Zunckerberg, estudante de Harvard e o mais jovem bilionário do planeta, resume bem o que se passa na mente do criador do Facebook. Frustrado e bêbado depois de levar um fora, ele criou em seu dormitório na universidade o site Facemash, que ridicularizava as garotas da faculdade – logo a idéia de uma rede social evoluiria para o Facebook, montado com a ajuda de seu amigo, Eduardo Saverin, e baseada numa idéia dos gÊmeos Cameron e Tyler Winklevoss.

O motivo do processo foi Zuckerberg não ter creditado os Winklevoss e ter excluído Saverin da parceria. Ou não. A verdade é que a última coisa que interessa ao diretor David Fincher e ao roteirista Aaron Sorkin é relatar os fato sobre a criação da maior rede social do planeta. O que eles querem – e conseguem de maneira brilhante – é mostrar a condição humana neste novo século, em que a ilusão da vida social e de interação esbarra na tela fria de um computador.

De certa forma, é o que Fincher fez em 1999 com 'Clube da Luta'. Com base no livro de Chuck Palahniuk, o diretor criou uma realidade que etratava o homem na virada do século, uma criatura consumista e individualista, integrada ao “sistema”, que precisa buscar formas de prazer para interagir com outros humanos – no caso, arrebentando uns aos outros. A busca em 'A Rede Social' é similar, e os questionamentos, semelhantes. O que mudou foi a execução. A criação do facebook e suas consequências na vida de Zunckerberg tornam-se material perfeito para esse mergulho do diretor – desta vez com a ajuda do texto de Aaron Sorkin, adaptando o livro 'Bilionários por Acaso', de bem Mezrich. O filme, assim como o livro, não se preocupa em verdades históricas, em documentar a gênese do Facebook. O que ele entrega, por outro lado, é a visão da mente de um gÊnio, de alguém desprovido de tato social que, ironicamente, criou a maior ferramenta de interação da história. Ou quase, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) leva um fora homérico de sua namorada, Erika (Rooney Mara) – mesmo que ele não perceba que são suas palavras o catalisadordo ato. Incapaz de uma resposta humana, ele cria um site, o Facemash, em que as alunas de Harvard ganham “notas” de seus amigos – um viral que quebrou o servidor da universidade com 22 mil hits em duas horas. A proeza, que só foi realizada com a ajuda matemática de Eduardo Saverin (Andrew Garfield, no papel de talvez o único amigo de Zuckerberg) chama a atenção dos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss ( ume feito espetacularArnie Hammer interprete ambos, mesmo que o corpo de Tyler pertença a outro ator, Josh Pence), que o chamam para criar uma rede social exclusiva para Harvard.

A salada de idéias terminou no Facebook, e marcou o começo da escalada bilionária de Zuckerberg. No caminho, ele conhece San Parker (Justin Timberlake), criador do Napster, e seu incentivo é o bastante para que ele decole com sua criação, deixando de lado os Winklevoss e seu amigo Saverin – que foram fonte dos dois processos milionários que Zuckerberg enfrentou e perdeu. Com habilidade, Fincher descontrói a personalidade de cada jogador: Saverin tinha as idéias, mas lhe faltava a ousadia para dar o salto necessário; Parker transborda entusiasmo, mas lhe falta foco; e Zuckerberg, o visionário que juntou tudo em um pacote só, tomou as decisões que podem ser interpretadas como falta de caráter.

O ator e cantor Justin Timberlake em cena

Daí vem o brilhantismo de 'A Rede Social'. David Fincher não faz nenhum julgamento, preferindo retratar seus personagens como gente de verdade, com complexidade e defeitos. É difícilnão embarcar na viagem de Mark Zuckerberg, e é impossível não ter vontade de lhe puxar a orelha antes que ele perca de vista o que é ser humano – mesmo que isso talvez resultasse no fracasso do Facebook. Não é fácil ser um gênio, mais difícil ainda é se manter como tal sem perder o foco de quem você é. Em 'A Rede Social', Zuckerberg sempre esteve um passo à frente. Mesmo que isso lhe distanciasse do resto dos pobres mortais.

• 'A Rede Social' lidera os filmes que podem, em fevereiro, garfar uma estatueta da academia do Oscar;

• O filme já está em cartaz aqui no Brasil. Estreiou nesta última sexta-feira. Vale a pena conferir!

Confira abaixo, o trailer oficial do filme:

Agradecimentos:
Cinermark
Sony Pictures BR


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