Por Alexandre Alliatti, Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico de Porto Alegre
O Coringão voltou. Só que dessa vez é para a Libertadores, principal obsessão do clube alvinegro. Um ano e sete meses depois de viver o pior capítulo de sua história com o rebaixamento à Série B, o Corinthians novamente manda no país. Após ser campeão paulista invicto, a equipe desbancou o temido Internacional, empatou por 2 a 2 no Beira-Rio, nesta quarta-feira, e conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil (já havia ganhado em 1995 e 2002). E mais: assim como Flamengo, o clube paulista tem agora sete títulos nacionais, contando os Brasileiros. O sucesso desse Timão é incontestável. A situação alvinegra para esta noite era confortável, afinal tinha vencido a partida de ida, no Pacaembu, por 2 a 0. Mas a experiência negativa do vice-campeonato da edição passada para o Sport, depois de uma vitória por 3 a 1 em São Paulo, fez os alvinegros manterem a cautela. Só que essa equipe montada por Mano Menezes é mais segura e talentosa do que a de 2008. E conta com uma peça muito importante, que nenhum outro clube brasileiro tem parecido: o poder de decisão de Ronaldo. É verdade que o Internacional também tem talentos ímpares, como Nilmar e D’Alessandro. Fato que valoriza ainda mais a conquista alvinegra. Só que o Fenômeno, além de ser um craque, tem estrela. Chegou ao Corinthians em dezembro do ano passado. Contestado por sua forma física, ele se recuperou e foi fundamental no Paulistão, assim como na Copa do Brasil. Seja com gols ou passes. Aliás, foi dando a assistência para o gol de André Santos esta noite que o camisa 9 brilhou. Mas tem outro corintiano com uma estrela tão grande quanto a de Ronaldo: Mano Menezes. Quinto colocado no Estadual, vice-campeão da Copa do Brasil e campeão da Série B em 2008, ele iniciou esta temporada levando o Paulistão e agora a Copa do Brasil, com boas possibilidades também de completar a tríplice coroa com o Brasileirão (é o sexto colocado, com 11 pontos, seis a menos que o líder Atlético-MG). Melhor ainda: provavelmente será o técnico do Timão na Libertadores, no ano do centenário. Por falar em centenário, este ano o Internacional comemorou o seu. Até aqui, apenas o caneco do Campeonato Gaúcho. Pouco para um time que encantou o Brasil com seu bom futebol e investiu em grandes jogadores. Por isso, o Brasileirão agora começa a ser encarado como obrigação. Não só pela direção, comissão técnica e jogadores, mas principalmente pelos torcedores, que gostaram da tentativa de reação esta noite. De qualquer jeito, o técnico Tite deve encarar um período de pressão a partir de agora.
Cara de campeão
O clima de final tomou conta do Beira-Rio logo cedo. No fim da tarde desta quarta-feira, os torcedores colorados começaram intensa movimentação nos arredores do estádio. Mais tarde, dentro dele, a festa de sempre: músicas, hino do Rio Grande do Sul, sinalizadores... Tudo armado para incentivar o Internacional na sua dura missão. Em minoria, a torcida do Corinthians teve de ficar concentrada na Parque Marinha do Brasil, de onde foi escoltada até o local do jogo e levada por um caminho de tapumes pretos para não ter sequer contato visual com os colorados. A tática deu certo. Só que dentro de campo, as coisas só dariam certo para um time. E ele tinha sotaque paulista. Com a bola rolando, logo o clima esquentou. Já aos 3 minutos, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro mostrou o primeiro cartão amarelo. Foi para André Santos, que fez falta dura no argentino D’Alessandro. A resposta colorada veio na mesma moeda. Índio acertou o atacante Ronaldo. Advertência também para o zagueiro. Passada a tensão inicial, o Internacional tentou imprimir um ritmo de jogo forte atrás dos três gols que precisava para ser campeão. Mas o Corinthians entrou em campo bem armado. Frio e calculista, o Timão logo esfriou o ímpeto vermelho. Tanto que o primeiro chute a gol foi dos visitantes. Aos 8 minutos, André Santos mandou longe. Em três lances seguidos, o Colorado chegou até a assustar um pouco. Primeiro aos 10 minutos, em chute de Taison, de fora da área. Sem perigo para Felipe. Depois, aos 11, quando D’Alessandro lançou Bolívar na direita, e o lateral se chocou com William pedindo pênalti. E por fim aos 12, em chute rasteiro do meia argentino.
Seguro, o Corinthians começou então a aumentar sua soberania nessa final. Aos 15 minutos, Jorge Henrique apareceu sozinho na grande área, ajeitou a bola, girou e chutou rasteiro para o fundo do gol de Lauro. No entanto, a arbitragem já marcava impedimento. Mas acabou que não fez falta alguma essa chance perdida. Quando o cronômetro marcava 19 minutos, o Timão praticamente acabou com as chances do Internacional. Após cruzamento de André Santos da esquerda, Jorge Henrique desviou de cabeça e abriu o placar. Na comemoração, uma homenagem ao cantor Michael Jackson, que morreu semana passada: a famosa dança “Moonwalking”. Calada, a torcida do Inter ficou sem reação. Mal sabia ela que a situação ficaria ainda pior. Aos 28 minutos, Ronaldo, apagado até então, deu belo passe para André Santos. O lateral entrou na área pela esquerda e chutou forte, marcando um golaço: 2 a 0. A partir daí, o Colorado teria de marcar cinco gols para ser campeão. Depois de algumas boas tentativas do time gaúcho com Nilmar (ele apareceu bem em duas oportunidades, aos 33 e 35, mas Felipe salvou), a situação colorada só não ficou pior porque Ronaldo perdeu uma incrível chance aos 36 minutos. Jorge Henrique achou o craque livre na área, mas ele concluiu em cima de Lauro.
Pequena reação colorada e confusão
O Inter voltou para o segundo tempo buscando o impossível. Só com cinco gols o time gaúcho seria campeão. O técnico Tite resolveu arriscar. Tirou Glaydson, um volante, e colocou Alecsandro, um atacante. O objetivo era colocar pressão no Corinthians. O Timão, sempre organizado, manteve a solidez defensiva enquanto foi possível. O time colorado ficou bom tempo passeando ao redor da área adversária, mas sem efetividade. O Corinthians passou a utilizar os contra-ataques. Jorge Henrique, aos 13, teve boa chance para ampliar. Lauro defendeu o chute do atacante. A torcida colorada até tentou seguir apoiando. Jogou mais do que o time. Mesmo atrapalhado, o Inter alcançou o gol. Em cruzamento da direita, a zaga alvinegra comeu mosca e deixou a bola com Alecsandro, que conseguiu desviar para o fundo do gol: 2 a 1. Eram 25 minutos do segundo tempo. Muito tarde para uma reação efetiva. Mas, naquele momento, o Inter parecia jogar pela honra. E buscou o empate aos 29. Foi novamente em um cruzamento da direita, novamente em conclusão de Alecsandro. A bola bateu na trave direita de Felipe antes de entrar.
Foi aí que a rivalidade entre Inter e Corinthians explodiu. Cristian, ao ser substituído, caiu no chão para matar tempo. Os jogadores do Inter ficaram revoltados. D’Alessandro perdeu a cabeça e tentou comprar briga com os adversários. Foi expulso e partiu para cima de William, que foi inteligente para evitar uma confusão maior. Quase nasceu ali uma briga generalizada. Os jogadores trocaram empurrões. Cristian e Kleber se desentenderam também. D’Alessandro, na saída de campo, foi aplaudido pela torcida, mesmo tendo prejudicado o time em um momento que poderia ser de reação ainda mais bonita. Os dois treinadores também foram expulsos. Passada a confusão, o Inter quase fez o terceiro gol com Andrezinho. O Corinthians, sem Elias, expulso por lance de falta, conseguiu segurar a onda vermelha para não perder o jogo do título. Atrás de um dos gols, a torcida alvinegra fez a festa, cantando sem um bando de louco. Um bando de loucos fiéis e agora tricampeões da Copa do Brasil.
Cara de campeão
O clima de final tomou conta do Beira-Rio logo cedo. No fim da tarde desta quarta-feira, os torcedores colorados começaram intensa movimentação nos arredores do estádio. Mais tarde, dentro dele, a festa de sempre: músicas, hino do Rio Grande do Sul, sinalizadores... Tudo armado para incentivar o Internacional na sua dura missão. Em minoria, a torcida do Corinthians teve de ficar concentrada na Parque Marinha do Brasil, de onde foi escoltada até o local do jogo e levada por um caminho de tapumes pretos para não ter sequer contato visual com os colorados. A tática deu certo. Só que dentro de campo, as coisas só dariam certo para um time. E ele tinha sotaque paulista. Com a bola rolando, logo o clima esquentou. Já aos 3 minutos, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro mostrou o primeiro cartão amarelo. Foi para André Santos, que fez falta dura no argentino D’Alessandro. A resposta colorada veio na mesma moeda. Índio acertou o atacante Ronaldo. Advertência também para o zagueiro. Passada a tensão inicial, o Internacional tentou imprimir um ritmo de jogo forte atrás dos três gols que precisava para ser campeão. Mas o Corinthians entrou em campo bem armado. Frio e calculista, o Timão logo esfriou o ímpeto vermelho. Tanto que o primeiro chute a gol foi dos visitantes. Aos 8 minutos, André Santos mandou longe. Em três lances seguidos, o Colorado chegou até a assustar um pouco. Primeiro aos 10 minutos, em chute de Taison, de fora da área. Sem perigo para Felipe. Depois, aos 11, quando D’Alessandro lançou Bolívar na direita, e o lateral se chocou com William pedindo pênalti. E por fim aos 12, em chute rasteiro do meia argentino.
Seguro, o Corinthians começou então a aumentar sua soberania nessa final. Aos 15 minutos, Jorge Henrique apareceu sozinho na grande área, ajeitou a bola, girou e chutou rasteiro para o fundo do gol de Lauro. No entanto, a arbitragem já marcava impedimento. Mas acabou que não fez falta alguma essa chance perdida. Quando o cronômetro marcava 19 minutos, o Timão praticamente acabou com as chances do Internacional. Após cruzamento de André Santos da esquerda, Jorge Henrique desviou de cabeça e abriu o placar. Na comemoração, uma homenagem ao cantor Michael Jackson, que morreu semana passada: a famosa dança “Moonwalking”. Calada, a torcida do Inter ficou sem reação. Mal sabia ela que a situação ficaria ainda pior. Aos 28 minutos, Ronaldo, apagado até então, deu belo passe para André Santos. O lateral entrou na área pela esquerda e chutou forte, marcando um golaço: 2 a 0. A partir daí, o Colorado teria de marcar cinco gols para ser campeão. Depois de algumas boas tentativas do time gaúcho com Nilmar (ele apareceu bem em duas oportunidades, aos 33 e 35, mas Felipe salvou), a situação colorada só não ficou pior porque Ronaldo perdeu uma incrível chance aos 36 minutos. Jorge Henrique achou o craque livre na área, mas ele concluiu em cima de Lauro.
Pequena reação colorada e confusão
O Inter voltou para o segundo tempo buscando o impossível. Só com cinco gols o time gaúcho seria campeão. O técnico Tite resolveu arriscar. Tirou Glaydson, um volante, e colocou Alecsandro, um atacante. O objetivo era colocar pressão no Corinthians. O Timão, sempre organizado, manteve a solidez defensiva enquanto foi possível. O time colorado ficou bom tempo passeando ao redor da área adversária, mas sem efetividade. O Corinthians passou a utilizar os contra-ataques. Jorge Henrique, aos 13, teve boa chance para ampliar. Lauro defendeu o chute do atacante. A torcida colorada até tentou seguir apoiando. Jogou mais do que o time. Mesmo atrapalhado, o Inter alcançou o gol. Em cruzamento da direita, a zaga alvinegra comeu mosca e deixou a bola com Alecsandro, que conseguiu desviar para o fundo do gol: 2 a 1. Eram 25 minutos do segundo tempo. Muito tarde para uma reação efetiva. Mas, naquele momento, o Inter parecia jogar pela honra. E buscou o empate aos 29. Foi novamente em um cruzamento da direita, novamente em conclusão de Alecsandro. A bola bateu na trave direita de Felipe antes de entrar.
Foi aí que a rivalidade entre Inter e Corinthians explodiu. Cristian, ao ser substituído, caiu no chão para matar tempo. Os jogadores do Inter ficaram revoltados. D’Alessandro perdeu a cabeça e tentou comprar briga com os adversários. Foi expulso e partiu para cima de William, que foi inteligente para evitar uma confusão maior. Quase nasceu ali uma briga generalizada. Os jogadores trocaram empurrões. Cristian e Kleber se desentenderam também. D’Alessandro, na saída de campo, foi aplaudido pela torcida, mesmo tendo prejudicado o time em um momento que poderia ser de reação ainda mais bonita. Os dois treinadores também foram expulsos. Passada a confusão, o Inter quase fez o terceiro gol com Andrezinho. O Corinthians, sem Elias, expulso por lance de falta, conseguiu segurar a onda vermelha para não perder o jogo do título. Atrás de um dos gols, a torcida alvinegra fez a festa, cantando sem um bando de louco. Um bando de loucos fiéis e agora tricampeões da Copa do Brasil.
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